Atividades de aulas a distância
De: 03 a 14 de agosto
Disciplina: Língua Portuguesa
Professor: Meire de Jesus Santos
Ano/série: 9º A, B, C
E-mail: professorameirejsantos@gmail.com
Entrega até: 14 de agosto
12 aulas
Apostila SP faz escola – volume 3
ATIVIDADE 1 – CONSIDERAÇÕES REFERENTES AO TEXTO LITERÁRIO.
Antes da leitura de “Um Apólogo”, de Machado de Assis, pesquise o significado para os quatro verbetes a seguir:
a) Apólogo:
b) Foco narrativo
c) Figura de linguagem: personificação
d) Figura de linguagem: ironia
Um apólogo
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...
A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:
— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!
Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59.
Comecem pela PESQUISA (anotem no caderno, antes das respostas).
Após a leitura do texto, respondam as questões abaixo:
1. Quem são as personagens do texto?
2. O texto narra uma série de preparativos para um evento. Esse evento se realiza na residência de quem?
3.Assinale a melhor alternativa que caracteriza a atitude do Alfinete.
a) Foi solidário com a Agulha, consolando - a.
b) Também serviu de agulha para muita linha ordinária.
c) Não se envolveu na história
d) Apoiou a Linha.
4.De acordo com o texto:
a) O trabalho da Linha foi mais importante do que o da Agulha.
b) Tanto a atitude da Agulha quanto a do Alfinete foram corretas.
c) Apenas a Linha foi ao baile no corpo da baronesa.
d) Apenas a Agulha foi ao baile no corpo da baronesa.
5.Quem disse a frase: “Importe-se com sua vida e deixe a dos outros”?
6.Qual é o adjetivo que caracteriza o Alfinete?
7. Qual adjetivo o Alfinete usou para se referir à Agulha?
8. “A linha não respondia nada; ia andando”
Se passarmos os verbos destacados na frase acima para o pretérito perfeito do indicativo, teremos:
a) Respondeu, foi b) responderia, iria c) responde, vai d) responderá, ir
9. Qual a moral observada no texto, após a leitura?
Observações:
- Ler as questões solicitadas e responder NO CADERNO;
- Tirar fotos e enviar para o meu e-mail
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