E.E. Professor Fernando Buonaduce
História – Prof. Alison Azevedo – Prazo para entrega : 23/08
8B, 8C, 8D - Quantidade de aulas : 08 aulas.
Olá alunos! A partir dos textos e atividades a seguir, daremos continuidade com a matéria que vocês registraram no caderno. Qualquer dúvida me procure nas redes sociais ou no e-mail.
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Bons estudos a todos!
Napoleão: o talento e o mito
“O extraordinário poder deste mito não pode ser adequadamente explicado nem pelas vitórias napoleônicas nem pela propaganda napoleônica, ou tampouco pelo gênio indubitável de Napoleão. Como homem ele era [...] brilhante, versátil, inteligente e imaginativo, embora o poder o tivesse tornado sórdido. Como general, não teve igual; como governante, foi um planejador, chefe e executivo [...] eficiente e um intelectual suficientemente completo para entender e supervisionar o que seus subordinados faziam. [...] Todo homem de negócios daí em diante tinha um nome para sua ambição: ser um ‘Napoleão das finanças’ ou da indústria. Todos os homens ficavam excitados pela visão de um homem comum que se tornou maior do que aqueles que tinham nascido para usar coroas.”
HBSBAWN, Eric J. A era das revoluções: 1789-1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003. P.111-112
A batalha na ponte de Arcole, pintura de Émille Jean-Horace Vernet, 1826. Na obra, Vernet representa Napoleão se lançando em meio ao fogo cruzado para a tomada da ponte de Arcole, atitude decisiva para a vitória francesa sobre os austríacos em 1726, na Itália.
Com a expansão napoleônica, muitas nações europeias receavam que os ideias da Revolução Francesa se difundissem em seus países, abalando seus regimes despóticos. Mais do que um governante e um chefe militar que provocou tanto fascínio e ódio, Napoleão representava a força dos novos tempos para o velho continente europeu e, consequentemente, para suas colônias americanas.
Atividade 01
De acordo com o historiador Eric Hobsbawn, no que se baseia o mito de Napoleão? Que relação pode ser estabelecido entre texto e a pintura reproduzida nesta abertura?
Por que Napoleão representava a força dos novos tempos?
Napoleão chega ao poder
O fim do diretório
Dez anos após a revolução de 1789, a França enfrentava sérias dificuldades internas. Os recursos financeiros escasseavam, uma grava crise econômica empobrecia a população e dificultava o desenvolvimento do comercio e a retomada da produção.
O Diretório, que assumiu o poder em 1795, era controlado por uma grande burguesia de financistas corruptos e especuladores; por isso, o governo tinha dificuldade de afirmar sua autoridade. De um lado, os jacobinos pressionavam por reformas sociais. De outro, os partidários da monarquia buscavam retomar o poder.
No plano externo, as campanhas militares do norte da África apresentavam resultados positivos para a França. Porém, os conflitos contra os vizinhos europeus prosseguiam e exauriam as finanças do Estado gerando um forte clima de incertezas no país.
Nesse contexto de crise, um jovem general, chamado Napoleão Bonaparte, começou a ganhar popularidade e apresentava-se, principalmente aos olhos da burguesia, como a figura capaz de restabelecer a ordem interna na França.
E, 1799, Napoleão abandonou seu exército em campanha no Egito e dirigiu-se para a França. Foi aclamado pela população assim que entrou nas ruas de Paris. Dias depois, tomou o poder com um golpe de Estado, que ficou conhecido como 18 de Brumário (9 de novembro) no calendário criado pela revolução.
As reações jacobinas e democráticas ao golpe que encerrou a Revolução Francesa foram reprimidas, e o poder politico ficou concentrado no Consulado, órgão executivo formado por três cônsules, sendo o primeiro deles o próprio Napoleão Bonaparte.
O general Bonaparte no Conselho dos Quinhentos, por François Bouchot, 1840.
Um desejo de estabilidade
Napoleão concentrou amplos poderes em suas mãos, abandonando o princípio iluminista de limitação do poder. Fortalecido, censurou a imprensa e suprimiu as liberdades individuais e políticas dos franceses. Com um general no poder, a França não voltou a ser uma monarquia absolutista, mas os intensos debates políticos possibilitados pela Revolução Francesa ficaram para trás.
Ao assumir o poder, Napoleão Bonaparte anunciou que o período conturbado da revolução de 1789 terminara. Em busca da conciliação nacional, ele afirmava estar acima dos interesses particulares e prometia que, a partir daquele momento, iria fazer da França a maior potência do mundo.
As vitorias militares na África e o avanço das posições francesas na guerra europeia aumentavam o prestígio do novo líder e a confiança dos franceses em suas ações. Ao expor sua firme autoridade política e seu comando militar, Napoleão pretendia oferecer, aos franceses, a segurança e a estabilidade política, social e financeira que desapareceram nos anos da Revolução Francesa.
As ideias liberais prevaleceram na política econômica de Napoleão, que manteve boa parte das conquistas de 1789. Ele incentivou a prosperidade da burguesia, ao mesmo tempo em que manteve a reforma agrária.
As finanças do país foram recuperadas. Colaboraram para isso o Banco da França, fundado para emitir papel-moeda e financias a agricultura e a indústria, a reorganização dos impostos, a construção de estradas e pontes e a melhoria dos serviços de correios e telégrafos.
O principal símbolo da nova ordem, porém, foi o Código Civil Napoleônico, criado em 1804. O Código serviu para organizar e unificar as leis na França, regulamentar o direito à propriedade, garantir, entre outros aspectos, a igualdade dos franceses perante a lei e confirmar o confisco das terras da nobreza de origem feudal.
Napoleão reorganizou o ensino para promover a unidade nacional da França e disciplinar a população para os interesses do Estado. Entre outras iniciativas, ele criou liceus e escolas de artes e ofícios, instituiu a Universidade Imperial e incentivou o ensino humanístico e técnico-profissional.
O ensino primário ficou a cargo de religiosos, enquanto os cursos secundário e superior eram administrados pelo Estado.
Construindo a imagem de Napoleão
Napoleão preocupava-se muito com a forma como os franceses o viam. Por isso, empenhou-se para que as representações de sua imagem de conquistador, herói e homem de coragem e capacidade de comando. Dessa forma, além de consolidar sua autoridade, ele obtinha o reconhecimento público de sua liderança. A pintura a seguir, encomendada a Jacques-Louis David, por exemplo, retrata a campanha militar de Napoleão contra os austríacos em 1800.
Napoleão sobre o cavalo na passagem de São Bernardo, pintura de Jacques-Louis David, 1801. Museu de História da Arte, Viena Áustria.
Atividade 2
Que imagem Napoleão o artista criou? Identifique elementos da pintura que justifiquem sua resposta.
A pintura de David é um retrato da realidade? Por quê? Que feito você imagina que o artista pretendeu criar no espectador?
Você percebe alguma semelhança entre a construção da imagem do político atual por meio de propagandas eleitorais e o uso da pintura feito por Napoleão? Qual? O que você pensa sobre isso?
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