Boa tarde estudantes, essa é a parte 2 do Texto 1 sobre Cultura, está aqui no Blog da Escola e também na parte de Atividades no Google Sala de aula, é muito importante que vocês leiam ele para aprender sobre o conteúdo e futuramente realizar as atividades. A leitura é destinada as turmas: 1ºA, 1ºB e 1ºC, lembrando que qualquer dúvida pode mandar no meu e-mail: jessica.deoliveira2295@gmail.com. Boa leitura!
Dicas de estudos: Uma boa dica é fazer um fichamento do texto, o fichamento é um resumo das ideias principais, você não precisa copiar o texto todo, a dica é ler e ir anotando frases importantes, aquelas que tocam direto nas ideias principais. Isso colabora para vocês terem uma leitura produtiva e se depois forem estudar para responder questões, não precisam ler o texto todo de novo, e sim, suas anotações. Outra coisa, se encontrarem palavras que não conhecem, é muito importante usarem um dicionário. Boa leitura!
3º Bimestre - Texto 1: Cultura (Parte 2)
Na parte 1 do texto vimos como diferentes estudos sobre a cultura foram contribuindo para a construção do conhecimento antropológico atual, agora na parte 2 abordaremos outras discussões importantes quando falamos sobre antropologia e cultura.
Etnocentrismo
Como vimos no texto anterior, os evolucionistas consideravam uma cultura universal, onde todas as sociedades evoluiriam para um estágio superior, eles estavam convictos de que a escalada para o progresso só poderia se dar em um sentido: os europeus eram os civilizados e todos os demais, como africanos, latino-americanos, asiáticos entre outros eram atrasados, esse discurso da superioridade europeia caracterizava o outro (o diferente) como algo fora do padrão, tornando o outro um inimigo a ser vencido ou a ser controlado e transformado. Essa teoria dependia da ideia de progresso, mas o que eles definam como progresso? Do ponto de vista desses intelectuais, um dos critérios seria o progresso tecnológico, embora pareça justo, esse critério é tão arbitrário como qualquer outro, foi adotado porque parecia evidente, mas nada é tão evidente, sempre podemos questionar supostas evidências, e nesse caso sabemos que o encontro com populações não europeias resultou tanto em uma teoria sobre a história da humanidade como em uma justificativa para a dominação dos europeus. O que sustenta essa teoria e essa justificativa é uma ideia de progresso que favorece as sociedades europeias, por colocar no alto da evolução aquilo que elas próprias consideram mais evoluído, essa forma de pensar tem um nome: etnocentrismo.
Etnocentrismo pode ser definido, de forma geral, como uma visão de mundo característica de quem considera sua cultura e seu grupo étnico mais importante ou melhor que os demais, essa visão produz uma avaliação arbitrária do outro, com base em critérios e os valores culturais de outros povos ou grupos sociais. É comum que os humanos vejam, analisem e interpretem o mundo de acordo com a cultura que estão inseridos, temos essa tendência de naturalizar, de tornar normal (importância da desnaturalização sociológica) nosso modo de vida como se fosse o único correto, tomando-o como padrão de análise na comparação com outras culturas. Geralmente quando há um choque cultural sentimos a sensação de estranhamento causado por hábitos e valores diferentes daqueles com os quais estamos acostumados e que são padrão em nossa sociedade, assim como a pessoa da outra cultura também sentirá. Ao longo da humanidade muitos conflitos surgiram a partir do olhar etnocêntrico, produzindo formas de agir que negam a diversidade cultural, como o preconceito e a discriminação.
Diversidade e Relativismo Cultural
Ter uma visão sobre o mundo, avaliar determinado assunto sob um certo olhar, nascer e conviver em uma classe social, pertencer a uma etnia, pertencer a um gênero, participar de alguma religião são algumas das condições que nos levam a pensar na diversidade cultural, essa diversidade é um fato humano, existem muitos grupos sociais e variados sistemas culturais, cada um com suas características, com isso, a diversidade cultural pode ser definida como: as diferentes formas com que as sociedades e grupos sociais se organizam e se relacionam entre si e com a natureza. Experiências em outras sociedades, leituras variadas, viagens, filmes retratando diferentes costumes também nos permitem refletir sobre o quanto somos diferentes ou semelhantes em relação a outros povos e culturas.
Como vimos no texto anterior, com o passar do tempo surgiram escolas antropológicas que questionaram o evolucionismo, uma das primeiras foi a escola culturalista, essa escola inaugurou o que mais tarde ficaria conhecido como relativismo cultural, uma tomada de posição perante a diferença cultural, segundo a qual cada cultura deve ser avaliada apenas dentro de seu próprio contexto. O relativismo cultural, de forma geral, é uma forma de encarar a diversidade sem impor valores e normas alheios, podemos considerar o relativismo uma inversão do evolucionismo: se o evolucionismo analisa costumes a partir de valores culturais específicos de uma sociedade, o relativismo evita isso, analisando esses costumes segundo os termos da própria cultura da qual esses costumes fazem parte.
O relativismo cultural foi e é um importante motor para evitar ideias preconceituosos, pois está preocupado em romper com as classificações hierárquicas, o conceito antropológico de cultura não pode existir sem o relativismo cultural e a crítica ao etnocentrismo. O relativismo foi uma revolução política no enfrentamento ao racismo e a outros tipos de opressão, mas gerou um impasse político ao longo do século XX (20): se a premissa do relativismo é examinar qualquer cultura segundo seus próprios termos, é preciso aceitar tudo o que cada cultura produz? O problema dessa premissa é que alguns costumes nos parecem inaceitáveis, como as mutilações genitais impostas às mulheres em alguns países islâmicos, longos debates são travados para superar esse impasse, levando a posicionamentos dos mais diversos.
Uma forma de tentar solucionar esse impasse é pensar em termos de relações de poder dentro de cada cultura, se determinado costume oprime parcelas de uma sociedade e essas parcelas se sentem oprimidas, é justo criticar esse costume, mas antes é preciso realizar um estudo profundo sobre aquela sociedade, levando em conta o contexto específico daquela cultura. A resposta não é simples, mas o relativismo cultural não significa aceitar tudo o que a cultura faz, e sim entender como e por que cada sociedade faz o que faz, quem é ou não favorecido por determinadas práticas e como os diversos tipos de opressão podem surgir nas mais variadas culturas, tanto na nossa, quanto nas outras.
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