Gênero Textual Notícia
A Notícia é um gênero textual jornalístico e não literário que está presente em nosso dia a dia, sendo encontrada principalmente nos meios de comunicação.
Trata-se, portanto de um texto informativo sobre um tema atual ou algum acontecimento real, veiculada pelos principais meios de comunicação: jornais, revistas, meios televisivos, rádio, internet, dentre outros.
Por esse motivo, as notícias possuem teor informativo e podem ser textos descritivos e narrativos ao mesmo tempo, apresentando, portanto, tempo, espaço e as personagens envolvidas.
Características da Notícia
As principais caraterísticas do gênero textual notícia são:
· Texto de cunho informativo
· Textos descritivos e/ou narrativos
· Textos relativamente curtos
· Veiculado nos meios de comunicação
· Linguagem formal, clara e objetiva
· Textos com títulos (principal e auxiliar)
· Textos em terceira pessoa (impessoais)
· Discurso indireto
· Fatos reais, atuais e cotidianos
Estrutura e Exemplo de Notícia
Geralmente as notícias seguem uma estrutura básica classificada em:
Título Principal e Título Auxiliar
A notícia é formada por dois títulos, ou seja, um principal, também chamado de Manchete, que sintetiza o tema que será abordado, e outro um pouco maior, o qual auxilia o entendimento do título principal, ou seja, é um recorte do assunto que será explorado, por exemplo:
Olimpíadas Rio 2016 (Título Principal)
Crônica
Características da crônica
Entre as principais características da crônica, é possível destacar a linguagem simples, objetiva e o texto curto. Além de se tratar de uma abordagem que geralmente retrata temas contemporâneos.
Em seu eixo temático, é um texto que retrata acontecimentos do cotidiano, sempre com um caráter crítico (sobre comportamentos sociais, leis, instituições etc). É um gênero textual que passeia entre o jornalístico e o literário, trazendo temas reais trabalhados de forma mais subjetiva.
A crônica é um tipo de texto que chama atenção pelo seu tom mais leve, muitas vezes irônico e humorístico, prendendo a atenção do leitor por contar a história de forma rápida e sem grandes detalhamentos.
A essência da crônica é:
· Trata de assuntos contemporâneos;
· Utiliza linguagem simples e coloquial;
· Faz uso de poucos ou nenhum personagem;
· Tom irônico e humorístico;
· Bastante usado no jornalismo;
· Textos rápidos e objetivos.
Principais cronistas
O Brasil tem muitos cronistas populares. Entre os principais nomes, vale destacar os seguintes autores:
· Antônio Prata;
· Luís Fernando Veríssimo;
· Carlos Heitor Cony;
· Rubem Braga.
Tipos de crônica
Apesar de se tratar de um texto narrativo-descritivo, a crônica pode ser escrita de formas diferentes e tratar os assuntos de formas distintas. Entre os principais tipos de crônica, é possível destacar:
Crônica narrativa
A crônica narrativa sempre contam com fatos do cotidiano, acontecimentos das últimas semanas e ações em geral. O texto conta uma história, seja em 1ª ou 3ª pessoa do singular, relacionada a diferentes fatos.
Crônica descritiva
Como o próprio nome diz, se trata de um texto descritivo sobre uma determinada situação do cotidiano, em algum local, contendo ou não personagens.
É explorar ao máximo os detalhes do objeto, local, pessoa ou animal que o cronista deseja descrever.
Crônica humorística
Essa crônica possui característica voltada ao humor, mas que usa a seu favor a ironia para entreter seu público. Na maioria das vezes, a crônica humorística é utilizada para contar uma acontecimento político, econômico ou cultural de uma forma mais descontraída.
Crônica jornalística
Texto muito utilizado pela imprensa brasileira para retratar e refletir sobre temas da atualidade em uma linguagem um pouco mais leve.
Esse tipo de crônica possui um caráter mais narrativo e argumentativo, mas sempre trazendo a leveza textual.
Crônica na prática
Para entender melhor como é construída uma crônica, segue abaixo um texto escrito por Antônio Prata, referência brasileira nesse tipo de escrita. Perceba como a história transcorre de forma rápida e objetiva, com uma linguagem bastante simples e coloquial.
Exemplos de crônicas
Indo Embora – por Antônio Prata
Como em tantas outras madrugadas, acordo com um chorinho na babá eletrônica. É a Olivia, minha filha mais velha, de um ano e oito meses. Na maioria das vezes, ela vira pro lado e volta a dormir, sozinha. Em algumas noites, contudo -e é o caso desta aqui-, ela senta no berço e começa a gritar “Papai! Papai! Papai!” ou “Mamãe! Mamãe! Mamãe!” até que um de nós apareça para ouvir suas reivindicações.
São dois filhos, duas babás eletrônicas, cujos sinais se embaralham, de modo que não ouço bem se é “Papai!” -e serei eu a sair tropeçando pela noite fria- ou “Mamãe!” -e caberá à Julia explicar que não é hora de mamar, nem de ir pra escola, nem de brincar com o Senhor Batata, nem de ouvir Galinha Pintadinha, mas hora de dormir.
“É papai ou mamãe?”, balbucio, de olhos fechados, ao que minha mulher, sem nenhuma compaixão, sem nem sequer segurar a minha mão ou fazer um cafuné preparatório, dispara: “É ‘Arthur'”. Uma espada samurai atravessa o meu peito.
É claro que eu sabia que esse dia iria chegar: o dia em que aquele bebezinho lindo que embalei em meus braços, na maternidade, aquele serzinho indefeso que eu trouxe pra casa, a 30 km/h, com pisca alerta ligado, pela Raposo Tavares, aquele bumbunzinho rechonchudo que tantas vezes limpei, aqueles olhões deslumbrantes diante dos quais expliquei “esse é o leão”, “essa é a lua”, “esse é o manjericão”, “essa é a chuva”, iriam me trocar por outro homem. Achava, porém, que esse dia só viria lá por 2030 -2027, na previsão mais pessimista.
Pensando bem, nem havia pessimismo na previsão. Imaginava, não sei se do alto do meu narcisismo ou do fundo da minha ingenuidade, que iria encarar tal dia com satisfação. Afinal, eu haveria criado minha filha para o mundo. Que ela saísse por aí se apaixonando e namorando seria um sinal da sua saúde e do nosso acerto.
Um pai enciumado? Coisa mais anos 1950 -e, no entanto, meus amigos, quando descubro que não é a mim que ela implora para salvá-la do escuro e da solidão, mas ao Arthur, colega da escola – um rapaz mais velho, diga-se de passagem, já beirando os três anos- um nó de marinheiro se forma na minha garganta.
Estirado na cama, trêmulo, me dou conta de que, nas últimas semanas, ela já vinha dando sinais daquela paixão, e, pior, eu os vinha recebendo com patente irritação. Eu pegava o “Marcelo, Marmelo, Martelo”, a Olivia punha o dedo na capa e dizia: “Arthur!”. “Não, Olivia, não é o Arthur, é o Marcelo!”. Aparecia o irmão da Peppa, na TV, ela corria até a tela, sorrindo: “Arthur!”. “Não, Olivia, não é o Arthur, é o irmão da Peppa!”. Huguinho, Zezinho, Luizinho? “Arthur! Arthur! Arthur!”. “Não, Olivia, eles são patos, não são o Arthur!”.
“Se você não vai, eu vou!”, resmunga a Julia, saindo da cama, surpreendentemente insensível ao meu cataclismo emocional. Só, vendo a Olivia na telinha da babá eletrônica, compreendo que não é ciúmes o que eu sinto, é solidão, uma solidão inédita e brutal: aquela menininha sentada no berço já começou a sair de casa, está indo embora, minuto a minuto, desde o dia em que a embalei no colo, na maternidade; logo, logo, ela parte, de braços dados com algum Arthur, depois eu fico velho, aí eu morro, então acabou-se o que era doce, ou agridoce, tão rápido, tão rápido, que coisa mais doida é isso tudo.
Agora que você já sabe o que é uma crônica e quais suas características:
As crônicas quase sempre estão presentes no Enem e vestibulares, por isso é muito importante estar afiado no assunto. Para se preparar cada vez mais nessa e outras matérias, acesse nosso plano de estudos e comece estudar!
ATIVIDADES
Questão 1
São características da crônica:
I. Gênero narrativo marcado pela brevidade, narra fatos históricos em ordem cronológica.
II. Publicada em jornal ou revista, destina-se à leitura diária ou semanal, pois trata de acontecimentos cotidianos.
III. Obra de ficção do gênero narrativo, apresenta narrador, personagens, ponto de vista e enredo.
IV. Gênero que se define por sua pequena extensão, é mais curto que a novela ou o romance, apresentando uma estrutura fechada.
V. Tipo de texto que se caracteriza por envolver um remetente e um destinatário, geralmente é escrito em primeira pessoa.
a) I e II.
b) I e III.
c) IV e V.
d) I e V.
e) III e IV.
Questão 2
Leia o texto a seguir para responder à questão:
O texto de Fernando Sabino apresenta características do seguinte gênero textual:
a) Poema.
b) Conto.
c) Crônica.
e) Ensaio.
e) Fábula.
Questão 3
(ENEM – 2012)
Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de várias funções da linguagem, com o predomínio, entretanto, de uma sobre as outras. No fragmento da crônica Desabafo, a função da linguagem predominante é a emotiva ou expressiva, pois
a) o discurso do enunciador tem como foco o próprio código.
b) a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está sendo dito.
c) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da mensagem.
d) o referente é o elemento que se sobressai em detrimento dos demais.
e) o enunciador tem como objetivo principal a manutenção da comunicação.
Questão 4
(Fatec - 2013)
Entre as características que definem uma crônica, estão presentes no texto de Walcyr Carrasco
a) a narração em 3ª pessoa e o uso expressivo da pontuação.
b) a criação de imagens hiperbólicas e o predomínio do discurso direto.
c) o emprego de linguagem acessível ao leitor e a abordagem de fatos do cotidiano.
d) a existência de trechos cômicos e a narrativa restrita ao passado do autor.
e) a ausência de reflexões de cunho pessoal e o emprego de linguagem em prosa poética.
Atividade para os 9 º D, E, F e G
Entrega da atividade: 29/05/2020
Colocar a identificação da escola, nome do aluno, data, série,
Professora – Maria Gilvanda
Ótima atividade
Enviar por e-mail??? Qual seu email
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