quinta-feira, 16 de julho de 2020

Prof. Lucivânia - Português - 1 ano D



Escola Estadual Professor Fernando Buonaduce 
Osasco 
Símbolos Estaduais 
Valor da atividade: de 0 a 10 
Ensino Médio 
Turmas: 1° D                   
Professora: Lucivânia Maia 
Disciplina: Português 
Período: noturno 

 Instruções para esta atividade: 

*Leiam o texto; 
*Copiem somente as perguntas no caderno.  
*Respondam as perguntas, tire uma foto nítida; 
*Enviem para o meu e-mail: mlucivaniamaia@bol.com.br 
*Também podem enviar a atividade digitada para o e-mail: mlucivaniamaia@bol.com.br 
Crônica:  A crônica narrativa é um tipo de crônica que relata as ações de personagens num tempo atual e um espaço determinado. Em relação a linguagem, as crônicas narrativas possuem uma linguagem simples e direta e muitas vezes, utilizam do humor para entreter os leitores. 
Forma 
Meter medo na mulher transformou-se para ele em questão de honra. Tinha de vê-la pálida, trêmula 
Forma 
Texto 1 -  Trecho de uma notícia: Cientistas americanos estudam o caso de uma mulher portadora de uma rara condição, em resultado da qual ela não tem medo de nada. Folha.com, 17 de dezembro de 2018  
Texto 2 – CrônicaA mulher sem medo– Moacyr Scliar 
            Ele não sabia o que o esperava quando, levado mais pela curiosidade do que pela paixão, começou a namorar a mulher sem medo. Na verdade havia aí também um elemento interesseiro; tinha um projeto secreto, que era o de escrever um livro chamado "A Vida com a Mulher sem Medo", uma obra que, imaginava, poderia fazer enorme sucesso, trazendo-lhe fama e fortuna.  
           Mas ele não tinha a menor idéia do que viria a acontecer.                                                                                           Dominador, o homem queria ser o rei da casa. Suas ordens deveriam ser rigorosamente obedecidas pela mulher. Mas como impor sua vontade? Como muitos ele recorria a ameaças: quero o café servido às nove horas da manhã, senão... E aí vinham as advertências: senão eu grito com você, senão eu bato em você, senão eu deixo você sem comida. 
              Acontece que a mulher simplesmente não tomava conhecimento disso; ao contrário, ria às gargalhadas. Não temia gritos, não temia tapas, não temia qualquer tipo de castigo. E até dizia, gentil: "Bem que eu queria ficar assustada com suas ameaças, como prova de consideração e de afeto, mas você vê, não consigo."             Aquilo, além de humilhá-lo profundamente, deixava-o completamente perturbado. Meter medo na mulher transformou-se para ele em questão de honra. Tinha de vê-la pálida, trêmula, gritando por socorro.              Como fazê-lo? Pensou muito a respeito e chegou a uma conclusão: para amedrontá-la só barata ou rato. Resolveu optar pela barata, por uma questão de facilidade: perto de onde moravam havia um velho depósito abandonado, cheio de baratas. Foi até lá e conseguiu quatro exemplares, que guardou num vidro de boca larga.               Voltou para casa e ficou esperando que a mulher chegasse, quando então soltaria as baratas. Já antegozava a cena: ela sem dúvida subiria numa cadeira, gritando histericamente. E ele enfim se sentiria o vencedor.                Foi neste momento que o rato apareceu. Coisa surpreendente, porque ali não havia ratos, sobretudo um roedor como aquele, enorme, ameaçador, o Rei dos Ratos. Quando a mulher finalmente retornou encontrou-o de pé sobre uma cadeira, agarrado ao vidro com as baratas, gritando histericamente.                Fazendo jus à fama ela não demonstrou o menor temor; ao contrário, ria às gargalhadas. Foi buscar uma vassoura, caçou o rato pela sala, conseguiu encurralá-lo e liquidou-o sem maiores problemas. Feito que ajudou o homem, ainda trêmulo, a descer da cadeira. E aí viu que ele segurava o vidro com as quatro baratas. O que deixou-a assombrada: o que pretendia ele fazer com os pobres insetos? Ou aquilo era um novo tipo de perversão?               Àquela altura ele já nem sabia o que dizer. Confessar que se tratava do derradeiro truque para assustá-la seria um vexame, mesmo porque, como ele agora o constatava, ela não tinha medo de baratas, assim como não tivera medo do rato. O jeito era aceitar a situação. E admitir que viver com uma mulher sem medo era uma coisa no mínimo amedrontadora. 

MOACYR SCLIARescreve nesta coluna, às segundas-feiras, um texto de ficção baseado em notícias publicadas no jornal. 


01-) O texto I é parte de uma notícia internacional. O texto II foi criado pelo escritor Moacyr Scliar a partir da notícia do texto I. 
a-) Por que o fato noticiado mereceu destaque no noticiário? (0,5) 


b-) Qual dos dois textos trata de um fato concreto da realidade? (0,5) 


c-) Qual deles cria uma história ficcional a partir de dados da realidade? (0,5) 


02-) O que a narrativa revela quanto a características psicológicas do marido ao longo da história? (0,5) 

03-) Observe estes fragmentos do texto: (1,0) 
“Aquilo, além de humilhá-lo profundamente, deixava-o completamente perturbado.” 
“E ele enfim se sentiria o vencedor.” 
*Com base nesses fragmentos, conclua: Como o homem encarava a característica da mulher de não sentir medo? 


04-) Em “Aquilo, além de humilhá-loprofundamente, deixava-o completamente perturbado”, os pronomes destacados se referem a que palavra no texto, evitando sua repetição? (1,0) 
  

05-) Em sua última tentativa de amedrontar a mulher, o homem pensa em baratas e ratos. 
a-) Por que ele imaginou que esses seres poderiam amedrontá-la? (1,0) 


b-) O que o resultado dessa experiência mostrou quanto a quem tinha medo desses seres? (1,0) 


06-) Os dois textos abordam o mesmo tema. Apesar disso, eles são bastante diferentes. Compare os dois textos e responda: 
a-) Qual deles apresenta uma linguagem objetiva, voltada para explicar um problema da realidade? (1,0) 


b-) Em qual deles a linguagem é propositalmente organizada com o fim de criar expectativa ou envolvimento do leitor? (1,0) 


c) Qual deles tem a finalidade de informar o leitor sobre a realidade? (1,0) 


d-) Qual deles tem a finalidade de entreter, divertir ou provocar reflexões no leitor a partir de um tema da realidade? (1,0) 


Bom estudo!  
Profª Lucivânia Maia 

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