Escola
Estadual Professor Fernando Buonaduce
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Osasco
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Ensino
Fundamental II
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Abril
de 2020
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Turmas:
Sétimos: A/F/G
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Professor
(a): Lucivânia Maia
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Disciplina:
Português
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Período:
tarde
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Leia o conto, em seguida copie as questões e responda no caderno.
Conto: O
gigante
(trecho)
Se dava vexame nos números, até certo
ponto alegrava o pai com as redações. Havia um quadro na parede da sala que o
acompanhava desde os tempos de moleque em São Cristóvão, desde os tempos do tal
Absalão: um menino levando um feixe de lenha para uma casa à beira de um rio, a
fumaça saindo de uma chaminé, um quadro campestre de autor francês.
A
pedido dele, fiz umas cinco ou seis composições sobre aquilo, variando o nome
do menino e do lugar, ora o menino era órfão explorado pela madrasta cruel, ora
o menino estava perdido na floresta e encontrava uma casa na qual pediria
abrigo, eu me virava como podia.
Ele
corrigia aqui e ali, riscava frases, colocava enormes interrogações nos trechos
em que ficara faltando alguma coisa, mas sempre deixava escrito a lápis azul um
“muito bem”, um “bravo”.
Deu-me
certa vez um tema livre: “Escreva sobre o que quiser. Cuidado com as concordâncias.
Não se esqueça de que os advérbios atraem os pronomes”.
Passei
a tarde em cima de um caderno de folhas muito brancas. A tinta que ele me
destinara era vermelha, marca Sardinha, como sempre. A pena era nova.
Eu
não tinha um tema, olhava o papel branco, nunca esqueci essa página em branco,
sabia que seria gostoso escrever alguma coisa nela. Não sabia o quê. Pensei em
repetir a dose e recontar a história do menino com o feixe de lenha, a casinha
à beira do rio, a chaminé deitando fumaça. Era um tema íntimo, recorrente, no
qual me sentia à vontade.
De
repente, tive vontade de escrever sobre um gigante que vinha todas as noites e
me trazia bombons e balas. Um gigante que fazia coisas terríveis que me
amedrontavam mas que eu gostava dele porque, no final de tudo, ele sempre
tirava de um alforje de couro um brinquedo, e me mandava brincar. Um gigante
que morava longe, onde moram o vento e as coisas do mundo, que apesar de morar
tão longe nunca deixava de chegar, em horas estranhas, mas sempre chegando,
porque sabia que eu precisava dele.
O
pai corrigiu fartamente, riscou com traços vermelhos uma concordância
abominável, substituiu um “medonho” por “terrível” e achou razoável a
composição. Disse que eu precisava ler o Zé de Alencar, depois o Machado, mais
tarde o Eça.
Pensou
um pouco, desconfiou que nem Machado nem Eça seriam apropriados a um
seminarista, falou em Vieira, em Bernardes, tinha uma edição de A nova
floresta, falou, falou, falou – e não compreendeu.
Quase memória,
quase romance. São Paulo, Cia. das Letras, 1996.
Fonte: Português – Linguagem &
Participação, 5ª Série – MESQUITA, Roberto Melo/Martos, Cloder Rivas – Ed. Saraiva, 1999, p. 234-6.
Autor:
Carlos Heitor Cony
Copie as questões e responda no
caderno.
01 – De acordo com o texto, qual o
significado das palavras abaixo:
· Vexame:
· Campestre:
· Íntimo:
· Recorrente:
· Alforje:
· Fartamente:
· Abominável:
02 – Quem são as personagens do
texto?
03 – Qual o foco narrativo utilizado
no texto Procure um trecho que justifique sua resposta.
04 – Ao escrever várias vezes sobre a
mesma gravura, o menino revela algumas qualidades. Quais são elas?
05 – Por que o menino demorou a
escrever sobre o tema livre?
(Resposta pessoal)
06 – Como era a história que o menino
escreveu?
07 – Quem era na verdade o gigante?
08 – O que faz o pai diante do texto
do filho?
09 – O que o pai não compreendeu?
10 – Faça uma pesquisa resumida sobre
o autor do conto, pesquise também outro conto dele para você ler.
Bom estudo!
Profª Lucivânia
Maia
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